Catharina Sour: conheça a cerveja brasileira

Imagine-se numa tarde quente de verão. O sol reflete sobre o copo e você vê diante de si uma bebida dourada, vibrante, coroada por uma espuma branca e delicada. Só de olhar, já sente que algo refrescante está prestes a acontecer.

Agora, aproxime o copo do ouvido. O gás escapa em pequenas bolhas, como uma melodia efervescente que anuncia leveza e frescor. Além disso, esse som prepara a mente: cada gole será uma explosão de vitalidade.

Ao segurar o copo gelado, a sua mão percebe a textura fria e úmida. O tato confirma: está pronto para refrescar até a alma.

Então, o primeiro aroma se aproxima. Notas tropicais de maracujá, manga, goiaba ou framboesa despertam o olfato. É como estar num pomar cheio de frutas frescas, doces e ácidas ao mesmo tempo.

Finalmente, o paladar. A acidez limpa e delicada envolve a boca, equilibrada pelo dulçor natural da fruta. Portanto, cada gole se transforma em uma dança entre frescor e sabor.

Essa é a Catharina Sour, a primeira cerveja brasileira reconhecida internacionalmente como estilo próprio pelo BJCP Style Guidelines. De fato, ela nasceu em Santa Catarina da ideia de criar algo único. Inspirada na Berliner Weisse alemã, contudo, ganhou a cara e o sabor tropical do Brasil.

Características do estilo

  • Aparência: dourada clara a âmbar pálido, turva devido ao trigo, com espuma branca de média formação.
  • Aroma: frutas tropicais frescas, notas ácidas suaves, sem lúpulo perceptível.
  • Sabor: acidez limpa de lactobacilos, corpo leve, final seco.
  • Sensação na boca: corpo leve, carbonatação média-alta, refrescância extrema.
  • Teor alcoólico: 4% a 5,5%.
  • Amargor: 5–8 IBU.

Em resumo, é um estilo que combina leveza, refrescância e identidade brasileira.

Receita caseira de Catharina Sour (20L)

Estilo: Catharina Sour
Volume final: 20 litros
ABV: 4,5%
IBU: 6

Ingredientes

  • Maltes:
    • 2,5 kg Malte Pilsen
    • 2,0 kg Malte de Trigo
  • Lúpulo:
    • 10 g Hallertau (15 min)
  • Leveduras e bactérias:
    • Lactobacillus plantarum
    • Fermento Ale neutro (US-05 ou Nottingham)
  • Frutas (à escolha):
    • 2 a 3 kg de fruta fresca ou polpa pasteurizada (manga, maracujá, goiaba, framboesa, abacaxi)

Passo a passo

  1. Mosturação: aqueça a 67 °C e mantenha por 60 min → mash-out a 76 °C.
  2. Fervura curta: ferva por apenas 15 min com adição do lúpulo.
  3. Souring: resfrie a ~40 °C, inocule Lactobacillus e mantenha 24–48h até pH 3,2–3,5.
  4. Fermentação principal: inocule levedura e fermente a 18–20 °C por 7–10 dias.
  5. Adição de frutas: após a fermentação, adicione as frutas e deixe maturar 5–7 dias.
  6. Envase: carbonatar em 2,5 a 3 volumes de CO₂.

Como resultado, você terá uma Catharina Sour refrescante, leve e cheia de aroma.

Harmonização sensorial

  • Visão: pratos leves e coloridos, como saladas tropicais.
  • Olfato e paladar: frutos do mar, ceviche, queijos frescos.
  • Tato: refrescância perfeita para dias quentes.
  • Audição: o tilintar dos copos celebra um estilo brasileiro único.

Assim, a Catharina Sour é uma cerveja que conversa com todos os sentidos.

Saiba mais

E para entender melhor o contexto internacional da Catharina Sour, a Revista Beer Art traz uma ótima análise sobre o estilo.

Se quiser aprofundar ainda mais e ver uma explicação visual sobre o estilo, recomendo assistir a este vídeo no YouTube:

Se você gosta de cervejas ácidas, vale conferir também nosso artigo sobre Berliner Weisse.

Cada gole de uma Catharina Sour não é apenas degustar uma cerveja, mas viver uma experiência sensorial completa.

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